Notícias

EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO: NOVOS OLHARES PARA AS FUTURAS GERAÇÕES

Escrito por Laço Amarelo

25 JAN 2022 - 10H29

O conceito etimológico de Educação possui como definição básica o ato ou processo de, por meio de aplicação de métodos próprios que assegurem a formação e o desenvolvimento físico, intelectual e moral do indivíduo; pedagogia, didática, ensino. Esse processo visa o desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral, com o objetivo de melhor integração individual e social.

O Movimento Maio Amarelo, o Programa EDUCA, o Observatório Academy são alguns dos projetos desenvolvidos pelo OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária, que estão alinhados com os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU, com o intuito de levar educação e conscientização para toda a sociedade em prol da redução de mortes e lesionados no trânsito brasileiro.

Para nos oferecer uma visão ampla sobre esses projetos e o impacto social em benefício da mobilidade urbana e do trânsito seguro no país, entrevistamos, Roberta Torres, mestre em Promoção da Saúde e Prevenção da Violência, pós-graduada em Gestão, Segurança e Educação no Trânsito e coordenadora de Educação do OBSERVATÓRIO.

Laço Amarelo: No campo da segurança viária, a educação para o trânsito abrange o conjunto de conhecimentos relacionados a todos os modais, direitos e deveres dos cidadãos, respeito às regras estabelecidas pela legislação em vigor e principalmente, a utilização do espaço em comum com segurança, respeito, cooperação e mínima exposição às situações de risco. Considerando todos esses parâmetros, como surge e quais as dificuldades para se desenvolver campanhas de Educação para o Trânsito?

Roberta Torres: Uma das principais dificuldades que eu percebo nesses anos todos estudando campanhas educativas de trânsito é o convencimento dos gestores da importância do investimento nas medidas preventivas. É, infelizmente, uma reclamação recorrente de quem atua na área da educação. Para o desenvolvimento de campanhas que sejam realmente efetivas, é necessário planejamento, organização, recursos de pessoas e recursos financeiros. Além disso, o projeto precisa prever recursos para análises iniciais e avaliações posteriores para que os resultados apresentados possam ser avaliados e comparados aos objetivos de cada campanha.

Laço Amarelo: Quais projetos e ações, além dos já mencionados, o OBSERVATÓRIO desenvolve para alcançar o objetivo de “educar”, não apenas a atual, mas também as próximas gerações?

Roberta Torres: Todo o trabalho do OBSERVATÓRIO nestes dez anos de existência tem sido em torno de quatro eixos principais: Estudos e Pesquisas, Dados e informação, Educação e Advocacy. Ou seja, identificamos um problema, estudamos, embasamos, analisamos os dados e a relevância deste problema e propomos ações efetivas tanto na área de educação quanto no suporte à legislação. Esse ciclo se completa na medida em que focamos no problema e na solução do mesmo.

Laço Amarelo: Existe algum resultado atual da eficácia desses projetos no Brasil que possa comprovar a redução de sinistros de trânsito ou melhorias na mobilidade urbana?

Roberta Torres: É claro que existem diversos fatores que contribuem para a redução dos sinistros que temos acompanhado nesses últimos anos no Brasil. Mas, desde 2014, ano em que o OBSERVATÓRIO lançou o Movimento Maio Amarelo, estamos em uma redução constante das mortes. As ações que são desenvolvidas por meio dos órgãos, empresas e da sociedade em geral, têm contribuído para a conscientização da sociedade do seu papel como agente transformador por um trânsito mais seguro.

Laço Amarelo: Ações de Educação para o Trânsito para o controle de circulações de veículos são observadas desde o início do século XX, ainda na década de 1950, as ocorrências de trânsito ganharam notoriedade como problema social, devido ao crescimento da frota motorizada no país. Do seu ponto de vista de educadora e coordenadora de Educação do OBSERVATÓRIO, como avalia o impacto das ações desenvolvidas pela instituição nos últimos dez anos para a educação e redução de ocorrências de trânsito?

Roberta Torres: Avalio como extremamente positivo, já que nesses anos temos reduzido os números de mortes por sinistros. Claro, que ainda há muito o que fazer. Não deveríamos aceitar nenhum número de vidas perdidas no trânsito. Mas, estamos cumprindo o nosso papel.

Laço Amarelo: Qual a maior dificuldade para implementar a cultura da segurança viária no Brasil e quais dicas você dá para que toda a sociedade se engaje em ações e projetos que perpetuem melhorias na mobilidade urbana e segurança viária para as próximas gerações?


Roberta Torres: Eu reforço a questão da educação sempre porque quando falamos em educar para o trânsito, eu não estou pensando somente na formação de um pedestre, um motociclista ou um motorista consciente. Eu estou formando um gestor de trânsito, um engenheiro, um pedagogo, um prefeito, governador, presidente, instrutor, etc. Essas crianças que hoje estão no ensino fundamental e que aprendem conceitos básicos de cidadania, respeito, percepção de risco, serão esses atores no futuro. Pensar neles hoje, irá certamente mudar a história do trânsito do nosso país no futuro. Mas, enquanto esse futuro não chega, acredito que quanto mais mostrarmos à sociedade que um trânsito mais seguro é um direito nosso e um dever dos órgãos gestores de trânsito, mais essa sociedade estará munida de informações e cobrará medidas de segurança, além de agir cumprindo com os seus deveres, claro.

O trânsito mais seguro depende da atitude de cada um de nós.

Seja o primeiro a comentar

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.

0

Boleto

Reportar erro!

Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:

Por Laço Amarelo, em Notícias

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente.