Pesquisa inédita foi realizada em parceria entre Sistema Fiep, UFPR, CIFAL Curitiba e o OBSERVATÓRIO
Foi realizado hoje (16), o webinar “A caminho do trabalho - uma pesquisa sobre acidentes de trajeto”. O Sistema Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná) em parceria com o CIFAL Curitiba (Centro Internacional de Formação de Autoridades e Líderes), a UFPR (Universidade Federal do Paraná) e o OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária, apresentaram a pesquisa inédita no estado do Paraná e no país, que teve como objetivo identificar os maiores desafios à segurança viária laboral, a fim de propor soluções para alterar esse cenário.
Cerca de um a cada cinco acidentes de trabalho registrados por ano no Brasil – são 500 mil no total – ocorre no trajeto casa-trabalho-casa. Ou seja, mais de 100 mil acidentes por ano, abrangendo as diversas modalidades de transporte (SPREV, 2010, 2013, 2016, 2019). Nesses índices, há um número elevado de vítimas fatais, de afastamentos por lesões e de aposentadoria por invalidez, que afetam diretamente o desenvolvimento humano e social do país, além do funcionamento do setor produtivo.
Para o presidente do Sistema Fiep, Carlos Valter Martins Pedro, essa pesquisa é de fundamental importância. “Gostaria de destacar que o Sesi tem como principal pilar a segurança e a saúde do trabalhador e, dentro dessa questão, estão os acidentes de trabalho e de trajeto”, disse. “O primeiro ponto e mais importante da prevenção é a vida, a integridade física do trabalhador e o que pudermos fazer para contribuir é muito importante”, completou, enfatizando que prejuízos pessoais e familiares precisam ser evitados. Ele chamou a atenção para os custos financeiros, sejam do poder público ou das empresas, que além de terem que lidar com questões práticas, substituindo o profissional durante o tempo de afastamento, podem ter seu Risco Ambiental do Trabalho (RAT) aumentado.
Essa pesquisa foi conduzida com gestores de 215 empresas (64% delas de médio ou grande porte e 35% micro ou pequenas), localizada em 60 municípios do estado do Paraná e identificou a faixa etária dos trabalhadores mais afetados pelos acidentes de trajeto e as ocupações mais atingidas por esse tipo de ocorrência, dentro do Estado do Paraná.
Para o vice-presidente do OBSERVATÓRIO, Mauro Gil, “quero destacar a relevância que o Cifal teve na preocupação de ter um modelo de pesquisa que pudesse justamente identificar um problema que não é só da indústria, são de todas as áreas do segmento, que são os acidentes que acontecem no percurso, quando a pessoa sai de casa para ir para o trabalho ou no retorno do trabalho para casa. Nós começamos a identificar o modelo de pesquisa, uma forma de conseguir entender esse cenário para que a gente pudesse dar continuidade... A pesquisa é um referencial, um modelo para entender o que está acontecendo e adotar posturas ou situações que possam corrigir esses possíveis erros. E também para entender o nível de segurança viária que as indústrias têm e que trabalham juntas aos seus colaboradores”, frisou.
O automóvel é o principal meio de transporte utilizado nos trajetos casa-trabalho-casa, porém, os trabalhadores que utilizam moto e bicicleta são as maiores vítimas dos acidentes de trajeto, de acordo com a pesquisa. Por outro lado, os usuários de ônibus são aqueles expostos a uma menor taxa de vítimas por grupo de mil colaboradores.
Além disso, empresas de menor porte têm taxa maior de acidentes por colaborador. Homens, mais jovens e com menor tempo de empresa, estão associados a um maior número de acidentes de trânsito e, ainda, empresas que não realizam campanhas de sensibilização em segurança do trânsito apresentam uma taxa 67% maior de acidentes do que aquelas que realizam esse tipo de ação.
O professor no Departamento de Transportes da UFPR e coordenador do acordo de cooperação técnica entre a UFPR e o OBSERVATÓRIO, Jorge Tiago Bastos, foi o responsável por apresentar o desenvolvimento e os resultados obtidos com a pesquisa durante o webinar.
“Para a gente, sob o ponto de vista da universidade é uma tarefa muito importante e que nos honra muito. Sempre que a gente é procurado para fazer algum trabalho, para desenvolver alguma pesquisa, para atender alguma demanda, nesse caso uma demanda tão latente da nossa sociedade que é tratar, discutir, trazer conhecimentos sobre a questão da acidentalidade ou da sinistralidade viária”, pontuou o professor no Departamento de Transportes da UFPR.
A pesquisa pode ser replicada em qualquer estado do país, para entender o quanto esses acidentes também afetam a produção das indústrias e custa a toda sociedade.
Para acessar o relatório com os resultados da pesquisa, clique aqui!
Não conseguiu acompanhar a transmissão do workshop? Assista a qualquer momento, em:
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