O OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária promoveu hoje (31), o webinar “Renovação da Frota Brasileira” para apresentar e debater o conteúdo inédito do relatório técnico que dá nome ao webinar e foi elaborado por meio da cooperação com a UFPR (Universidade Federal do Paraná) para avaliar as condições da frota de veículo nacional.
A renovação da frota brasileira é uma das ações elencadas no Pilar de Segurança Veicular do Pnatrans (Plano Nacional de Mortes e Lesões no Trânsito) para reduzir a gravidade dos ferimentos nos sinistros de trânsito por meio de veículos mais seguros. Para debater sobre esse tema, o head de Mobilidade Segura do OBSERVATÓRIO, Pedro Borges, mediou o evento que contou com a participação de Daniel Maris, engenheiro civil e mestre em transportes pela Universidade de Brasília, analista de infraestrutura da Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito), exercendo atualmente o cargo de gerente de projetos substituto do Departamento de Segurança do Trânsito.
Também participaram da transmissão Vagner Fonseca, engenheiro de produção pela Universidade Mackenzie, sócio-fundador da Netz Engenharia Automotiva; o doutor Jorge Tiago Bastos, professor do Departamento de Transportes da UFPR e membro do Conselho Deliberativo do OBSERVATÓRIO; e a co-autora do trabalho, graduanda em engenharia civil e pesquisadora pela UFPR, Louise Fuhrmann.
Conforme destacou o professor Jorge Tiago Bastos, o estudo foi produzido na parceira técnica entre OBSERVATÓRIO e UFPR, pela pesquisadora Louise Fuhrmann sob a sua supervisão, com o principal objetivo de avaliar o nível de segurança dos veículos de passeio (automóveis, caminhonetes, caminhonetas e utilitários) que correspondem a 65% da frota brasileira.
“A ideia é então discutir o tema da renovação da frota e a sua relação com a segurança viária, entendendo que essa é uma agenda convergente com outras agendas universais, globais, com a questão por exemplo, da redução de emissões e principalmente, quando a gente fala em termos de eletrificação da frota. Por isso que esse tema é tão importante, é uma agenda convergente de duas grandes áreas: da segurança viária e da questão ambiental também”, destacou o professor Tiago Bastos.
Em sua fala, a pesquisadora Louise Fuhrmann destacou os dados utilizados do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores) e as resoluções do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) para calcular três indicadores de desempenho da segurança viária relacionadas à segurança veicular:
• Indicador 1: estimativa da proporção da frota com ESC (Controle Eletrônico de Estabilidade);
• Indicador 2: estimativa da proporção da frota com airbag e ABS (Sistema de Freio Antitravamento);
• Indicador 3: estimativa da proporção da frota com ISOFIX (Dispositivo de fixação da cadeirinha);
“É uma estimativa porque esses dados do Renavam não contêm quais veículos têm esses dispositivos. Então nós fizemos uma estimativa [...]. Por que a gente escolheu esses quatro itens? Primeiro porque eles são muito mais recentes, tem vários itens obrigatórios, mas eles são os mais recentes e possuem um elevado potencial para contribuir para a segurança tanto dos ocupantes do veículo, como também para aqueles que estão no ambiente viário”, explicou Louise Fuhrmann.
Conforme Daniel Maris, gerente de projetos substituto do Departamento de Segurança do Trânsito da Senatran destacou, a Secretaria Nacional estuda novos itens e os incorpora progressivamente, com base nos países mais avançados no tema e que os veículos mais recentes em circulação e os comercializados no país atualmente atendem a requisitos de segurança frente a ensaios de impacto para conseguir absorvê-los com a melhor eficiência possível e com menor dano aos seus ocupantes.
“Então Isofix, cinto de segurança, pode ir até um pouco mais além, em questões mais básicas, por exemplo, cinto de segurança de três pontos em todos os assentos, que é uma coisa até relativamente recente no nosso país, assim como o apoio de cabeça em todos os assentos. Veja, nós temos procurado incorporar diversas tecnologias em nossos veículos e temos obtido sucesso. O controle de estabilidade que é tido como a maior revolução tecnológica no veículo, depois do cinto de segurança, com maior capacidade de salvar vidas já está obrigatório”, reforçou.
Para o sócio-fundador da Netz Engenharia Automotiva, Wagner Fonseca, não existe diferenças significativas na questão tecnológica e normativa sobre itens tecnológicos de segurança em comparação com outros países. Uma vez que o Brasil praticamente copia o que está sendo desenvolvido em outros países, buscando adaptar à realidade do país.
“Esses tipos de estudos não existem ainda. Nós estamos começando agora uma conversa entre o Observatório e a Associação dos Engenheiros Automotivos para a gente começar a desenvolver, estudar o problema. Analisar os acidentes e através dos acidentes, o que poderiam ser evitados com tais tecnologias. Então eu não acho que é um problema de implantação de tecnologia no Brasil, eu acho que nós temos um problema mesmo de custo. Quer dizer, quanto mais tecnologia você vai colocando num veículo, são mais sensores, mais equipamentos e os veículos vão ficando mais caros, esse que é o ponto”, argumentou Wagner Fonseca.
Relacionada a idade média da frota, o relatório Renovação da Frota Brasileira destaca que, considerando todos os veículos e não apenas os de passeio, a idade média da frota brasileira é de quase 16 anos (15,43), sendo que a região Norte é a que possui a frota mais nova, com 12,62 anos, seguida pelo Nordeste, com 14,48 anos, a região Centro-Oeste possui uma frota com 16,16 anos e a região Sudeste, com 18,37 anos e a Sul, com 19,70 anos. Essas duas últimas possuindo então as frotas mais antigas do país.
Existem estudos do setor de engenharia automobilística que aponta que a vida útil ótima de um veículo gira em torno de 13 anos, ou seja, o Brasil já possuiu uma vida útil da frota ultrapassada e o Nordeste, região com a frota mais nova está no limite da idade.
Acesse o relatório “Renovação da Frota Brasileira – Estudo Preliminar”: https://www.onsv.org.br/estudos-pesquisas/estudos-e-pesquisas
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