São Paulo lidera a lista dos estados mais violentos no trânsito. O relatório Retrato da Segurança Viária 2014, do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), revela que em 2012, 7.256 pessoas perderam a vida em acidentes. Em seguida surge Minas Gerais, com 4.654 registros e Paraná, com 3.628 óbitos.
O mapeamento também mostra as cidades onde o trânsito tirou mais vidas no ano passado. No cálculo de ocorrências por 100 mil habitantes, Recife encabeça a lista, com 539 mortes – 34,7/100mil. Fortaleza é a segunda, com 678 óbito (27,1) e Belo Horizonte, a terceira, com 539 (22,5).
Por região, o trânsito brasileiro é mais violento no Sudeste, com 16.133 vítimas fatais. O Nordeste é o segundo da lista, com 13.522 óbitos, seguido da região Sul, com 7.658 casos. Os Estados com menores índices de óbitos por acidentes de trânsito são Acre (158), Roraima (149) e Amapá (124).
Vítimas e prejuízos
Em 2012, uma pessoa perdeu a vida a cada 12 minutos no trânsito brasileiro. Foram mais de 45 mil óbitos naquele ano. De 2001 a 2012 houve um aumento de 48,7% nas mortes. Os gastos com acidentes foram de R$ 16 bilhões. Somente 35 municípios brasileiros possuem PIB superior a esta cifra. O impacto socioeconômico é de R$ 104 mil de uma vida perdida no trânsito e de R$ 14 mil, no caso de uma vítima ferida.
Os motociclistas são as principais vítimas do trânsito. Das mortes registradas entre 2001 e 2012, houve aumento proporcional de 15% para 36%. As motos representam 26,4% da frota brasileira. De acordo com o estudo, o uso correto do capacete poderia reduzir a mortalidade em 40% e em 70% o risco de a vítima sofrer ferimentos graves.
Entre usuários de automóveis, a proporção de óbitos cresceu de 30% para 31%. O uso correto do cinto de segurança, conforme o estudo, poderia reduzir pela metade as mortes de motoristas e de 70% de passageiros que viajam no banco de trás.
Já o número de feridos teve alta de 52,2%. Foram 116 mil óbitos em 2001, contra 177 mil, em 2012. A exemplo do quadro de mortes, os motociclistas são os principais feridos (55%). Na sequência aparecem pedestres (27%) e usuários de automóveis (11%).
O estudo também mostra a evolução da frota brasileira, que cresceu 139% no período. As motocicletas cresceram 335%, passando de 4,6 milhões, em 2001, para 20 milhões, em 2012. O número de carros mais que dobrou: de 20,4 para 50,6. Caminhões e ônibus tiveram crescimento de 79%, passando de 2 milhões para 3,7 milhões.
O estudo teve como base informações da Confederação Nacional do Transporte (CNT), do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Plano de ações
O plano sugere ações em torno de cinco pilares para reduzir a violência no trânsito: gestão da segurança viária; veículos mais seguros; vias mais seguras; conscientização de usuários; e respostas aos acidentes, com atendimento pré-hospitalar e reabilitação. “O desafio de reduzir as mortes no trânsito requer mais pesquisas e implementação de políticas públicas eficientes, colaboração entre setores e um plano nacional de enfrentamento ao problema, com metas factíveis”, constata o estudo.
Ações integradas conseguiram reduzir a mortalidade no trânsito em 88 países, entre 2007 e 2010. Um deles é a Argentina, que criou um órgão específico para coordenar as ações no trânsito. O Chile também conseguiu preservar mais vidas com a criação da Comissão Nacional de Segurança no Trânsito, que ampliou os investimentos em campanhas e sinalização viária.
Fonte: Radar Nacional
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