Valores pagos para acidentes envolvendo motocicletas representam 71%
Aumentou em 25% o número de indenizações pagas pelo Seguro DPVAT a motoristas, pedestres e passageiros vítimas de acidentes de trânsito no Brasil de 2012 a 2013. Segundo a seguradora Líder-DPVAT, que administra o seguro obrigatório pago anualmente por donos de veículos no país, foram concedidas 633.845 indenizações no ano passado, num total de R$ 3,2 bilhões.
O número de indenizações pagas por morte diminuiu 10%, informou a seguradora em entrevista coletiva nesta terça-feira, em São Paulo. Foram 54.767 em 2013 contra 60.752 no ano anterior.
No entanto, houve um aumento de 26% nas indenizações por invalidez permanente pagas em 2013, com 444.206 pagamentos, o que representou 70% dos pedidos feitos. O reembolso de despesas médicas e hospitalares chegou a 21% do total de pagamentos, atingindo 134.872.
O presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária, José Ramalho, diz que não se deve comemorar a queda de mortes indenizadas.
— Houve um aumento de casos de invalidez permanente. A queda do número de mortes pode estar acontecendo devido à redução da velocidade média de algumas vias e ao fato de airbags estarem se tornando mais comuns, o que evita que alguns acidentes se tornem fatais. Mas a lesão permanente tem custos enormes para a Previdência — afirmou José Ramalho.
A maior parte das indenizações por morte foram pagas para acidentes envolvendo automóveis (46%), seguida de motos (41%), caminhões (9%) e Ônibus (3%). A região Sudeste foi a que mais concentrou indenizações por morte (37%), seguida do Nordeste (28%), Sul (17%), Centro-Oeste (10%) e Norte (8%).
De acordo com a Líder-DPVAT, 71% das indenizações concedidas no ano passado foram para acidentes envolvendo motocicletas, apesar deste tipo de veículo representar apenas 27% da frota nacional. Já os automóveis, que representam 60% da frota, foram responsáveis por 24% dos acidentes indenizados. Segundo o diretor-presidente da seguradora, Carlos Xavier, o aumento de indenizações vem acontecendo há alguns anos e está relacionado ao aumento da violência no trânsito e à maior presença de motocicletas na frota brasileira.
As principais vítimas indenizadas são homens (76%) e a maior incidência de pagamentos foi feita para pessoas com idade entre 18 e 34 anos (50,9%). Os condutores de veículos foram os que mais receberam o benefício (53% para motociclistas e 7% para motoristas de outros veículos), seguidos de pedestres (22%) e passageiros (18%).
— Tradicionalmente a maior parte das vítimas de acidentes de trânsito era de pedestres. Mas como as motos estão cada vez mais comuns, agora são os condutores delas que são as maiores vítimas. A motocicleta expõe o indivíduo. As lesões normalmente são nos membros superiores e inferiores. Há pessoas que colocam a família inteira em cima de uma moto. — disse Xavier.
Segundo ele, muitas vezes os acidentes com moto acontecem com o motociclista que usa o veículo para transitar entre a residência e o trabalho, e não com profissionais que trabalham com motos.
A seguradora constatou que a maior parte dos acidentes indenizados acontece durante a tarde e o anoitecer.
A indenização pode ser pedida por todos os passageiros, motoristas e pedestres até três anos após o acidente. Com a apresentação de documentação (como boletim de ocorrência e atestado de óbito ou de invalidez) pode ser recebida em até 30 dias, através de depósito em conta corrente. A indenização é de R$ 13.500 (no caso de morte) , de até de R$ 13.500 em caso de invalidez permanente (dependendo do grau da invalidez) e de até R$ 2.700 para reembolso de despesas médicas e hospitalares. A vítima pode ligar para o telefone gratuito 0800 022 1204 ou acessar o sitewww.dpvatsegurodotransito.com.br. Não é preciso entrar com ação na Justiça ou contratar intermediário para solicitar o recebimento do seguro. Em 2013, o número de postos de atendimento fixos para a solicitação do seguro aumentou 62%.
Em 2013, foram arrecadados R$ 8 bilhões com o pagamento do seguro obrigatório pelos proprietários de veículos no país, que arcam com taxa de R$ 105,65 a R$ 396,49, que é requisito obrigatório para obter o licenciamento anual. Do total arrecadado, 50% são destinados à concessão das indenizações, 45% para o Sistema Único de Saúde custear o tratamento de vítimas do trânsito e 5% para o Departamento Nacional do Trânsito (Denatran) realizar campanhas educativas e ações de prevenção a acidentes.
Fonte: O Globo
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