Fortaleza é a segunda cidade brasileira em que mais se morre no trânsito. Recife, outra capital nordestina, lidera o ranking do Retrato da Segurança Viária no Brasil 2014, divulgado pelo Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), que tem por base dados captados entre os anos de 2001 a 2012.
Entre as dez cidades mais populosas do País, a que possui a maior taxa de mortes por 100 mil habitantes é Recife, com 34,7, seguida de Fortaleza, com 27,1. O mesmo estudo afirma que o Ceará é o terceiro estado em número de mortes no trânsito (11.132).
Já entre as cidades com mais de 20 mil habitantes, outra cearense aparece como uma das mais letais. Barbalha, a 575 quilômetros da Capital, com índice de 194,4 mortes por 100 mil habitantes, é a segunda cidade com o trânsito que mais mata.
Os números são considerados preocupantes para o chefe de Comunicação Social da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Ceará, Alexsandro Batista. “As maiores causas de morte que temos verificado estão relacionadas a lesões frontais - em que há geralmente ultrapassagens imprudentes, falta de respeito do condutor à indicação das faixas e atropelamento de pedestres”, aponta Batista. Ele ainda salienta que em 2014 houve um número alto de acidentes no período noturno, entre as 18h e as 21 horas.
Alexsandro destaca que as mortes, principalmente as causadas por colisões frontais, são de jovens de 20 a 35 anos, ou seja, “no ápice da produção para o País”. “Os últimos dados divulgados pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), em 2006, mostram que cada morte no trânsito gera para o Estado um custo de R$ 406 mil”, detalha. O relatório do ONSV aponta que, no Ceará, o gasto com óbitos e feridos em 2012 foi de R$ 922.120.366,45.
Motocicletas estão envolvidas em metade das mortes. “Essa é uma realidade gritante no nosso Estado, onde a frota de motocicletas é a terceira do País. Os acidentes são causados por motociclistas, muitos sem habilitação, que realizam travessias perigosas nas rodovias e que não usam capacete”, salienta Alexsandro, indicando que o não uso de capacete pelo condutor aumenta em cinco vezes o risco de morte, em caso de acidente.
Como solução, ele acredita que “antes de fiscalização” é preciso que a “educação no trânsito seja incluída como matéria desde os primeiros anos”.
Fonte: O Povo
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