O site em português da Deutsche Welle, empresa pública de radiodifusão da Alemanha, também repercutiu as propostas de alterações do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) feitas pelo presidente Jair Bolsonaro. O OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária foi ouvido pela reportagem.
José Aurélio Ramalho, diretor-presidente do OBSERVATÓRIO, diz que a queda verificada nos últimos anos é multifatorial. Segundo ele, campanhas de conscientização, multas mais altas para comportamentos de alto risco como falar ao celular no volante ou dirigir em alta velocidade, além da crise econômica, que reduziu o número de viagens urbanas e rodoviárias nos últimos anos, são parte da explicação.
Ramalho vê com ressalvas a argumentação de que existe uma "indústria da multa". Ele diz concordar com as reclamações, inclusive do presidente, de que há rodovias com radares que provocam reduções bruscas de velocidade. "Mas isso decorre justamente da incompetência do poder público que não consegue fazer uma adequação de infraestrutura para deixar o local mais seguro e coloca um radar naquele ponto perigoso", diz.
Para o presidente do ONSV, o governo deveria resolver esses problemas pontualmente e não simplesmente tentar acabar com os radares, que em geral têm como efeito aumentar a segurança das estradas. "A multa é um acidente que não aconteceu, pois em vez de estar sendo multado por excesso de velocidade, você poderia estar matando alguém", afirma Ramalho.
Ele destaca ainda que a argumentação do governo de que a não instalação de radares economizou R$ 1 bilhão não faz sentido. "A assessoria deveria informá-lo que o Estado gasta 52 bilhões por ano com acidentes", diz, citando estudo do ONSV em parceria com a Universidade Federal do Paraná.
Ramalho é particularmente crítico da proposta feita por Bolsonaro de ampliar o número de pontos que um motorista pode ter antes de perder a licença. "O aumento de pontos vai na contramão do que deveria ser feito, porque ao fazer isso o Estado encoraja uma minoria de cerca de 5% de condutores que são infratores contumazes, são mais agressivos e cometem mais de duas ou três infrações por ano", afirma.
Ele defende que a educação no trânsito seja ensinada nas escolas, como prevê o Código Brasileiro de Trânsito. "Nós não formamos condutores, mas adestramos as pessoas a decorar placa", diz. "É preciso formar os motoristas a identificar riscos, pois se você não perceber o risco, você não muda seu comportamento".
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CEO do Observatório participa de entrevista à Rádio CBN Campinas
O CEO do Observatório Nacional de Segurança Viária, Paulo Guimarães, participou de uma entrevista à Rádio CBN Campinas na última quarta-feira (18), onde falou sobre a abertura da Semana Nacional de Trânsito
Exercício de simulação de sinistros com múltiplas vítimas terá participação do Observatório
No próximo dia 26 de setembro, às 9h, o Observatório, por meio do Núcleo de Saúde, irá participar do exercício simulado de ocorrência com múltiplas vítimas, na Faculdade Humanitas, em São José dos Campos/SP.
Reunião de Boas-vindas da Turma 12 de Observadores Certificados
Na noite da última segunda-feira (17), aconteceu a reunião de boas-vindas da Turma 12 de Observadores Certificados, via Google Meet. O encontro online contou com a presença do CEO do Observatório, Paulo Guimarães, e do Coordenador dos Observadores Certificados, Ronaro Ferreira. Além da presença das duas lideranças, fizeram parte da conversa 38 dos 56 formandos da turma 12 de Observadores Certificados.
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