O número de novas carteiras de motorista emitidas caiu 3,5% no Brasil em 2023. Foi a 1ª queda desde a pandemia, que criou uma demanda reprimida pela 1ª habilitação. Antes da Covid-19, no entanto, as emissões já reduziam no país, como reflexo de menor interesse pela CNH (Carteira Nacional de Habilitação). Paulo Guimarães, CEO do OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária explicou na última sexta-feira (27), os vários fatores para essa redução no país, ao portal Poder 360.
No ano passado, os Detrans (Departamentos Estaduais de Trânsito) emitiram 2,7 milhões de PPD (Permissão Para Dirigir), nome oficial da 1ª habilitação. Em 2022, foram 2,8 milhões. Os dados são da Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito), do Ministério dos Transportes, e foram obtidos pelo Poder360 via LAI (Lei de Acesso à Informação).
O total de novas carteiras tiradas bateu recorde no Brasil em 2014, com quase 3 milhões de novas CNHs. Desde então, cai. Em 2019, antes da pandemia, foram 2 milhões de emissões. Em 2020, pelas restrições da Covid, atingiu o menor valor histórico: 1,1 milhão. Se recuperou nos dois anos seguintes, mas agora retomou a tendência de queda.
“A mobilidade é muito dinâmica. Vai se alterando ao longo do tempo. Surgiram novos modais, novas tecnologias que ajudam a ter esse desinteresse pela 1ª habilitação”, afirmou Paulo Guimarães.
Entre os vários fatores que explicam o cenário, estão:
• O envelhecimento da população;
• A popularização dos carros de aplicativos;
• Os novos hábitos e preferências dos jovens;
• As condições financeiras, uma vez que comprar um carro e tirar carteira está mais caro. Atualmente, o custo da 1ª habilitação varia de R$ 1.500 a R$ 4.000, a depender do estado e da categoria. Já um carro popular 0 km não sai por menos de R$ 70.000.
O CEO do OBSERVATÓRIO pontuou que, no passado, a idade média do condutor que conquistava a 1ª habilitação era de 18 a 19 anos. “Atualmente essa idade está maior, porque não existe mais aquela febre do adolescente fazer 18 anos e ser levado pela família para se matricular na autoescola.”
A questão financeira também pesa. A emissão de CNHs começou a cair justamente nos anos em que o Brasil passou por crises econômicas.
“Em um país em crise, menos pessoas compram veículos, menos pessoas tiram CNH e as famílias reduzem os deslocamentos, saindo menos para gastar menos.”
Leia a reportagem e os dados completos: https://www.poder360.com.br/poder-infra/emissoes-de-novas-cnhs-voltam-a-cair-depois-da-pandemia/
Foto: Marcello Casal Jr./ Agência Brasil/ Divulgação.
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