Mobilidade, carreira, família: uma conversa com mulheres para toda a sociedade

O OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária realizou hoje (22), em seu canal oficial do YouTube, uma live especial em celebração ao Mês das Mulheres para falar sobre carreira, família e mobilidade. O encontro contou com a participação de três parceiras do OBSERVATÓRIO e teve como objetivo, abordar um pouco mais sobre a área da mobilidade urbana, além de mostrar as vitórias e dificuldades das mulheres no dia a dia.

O bate-papo contou com a participação de três lideranças nas empresas e instituições que representam: Ana Paula Mandelli, gerente de distribuição do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás); Regina Maria Duarte, presidente do Cetran-MS (Conselho Estadual de Trânsito do Mato Grosso do Sul) e do Focotran (Fórum Nacional dos Conselhos de Trânsito); e Danielle Rocha, gerente nacional de frotas dos Correios. Para mediar a conversa, a transmissão contou com a jornalista e Public Affairs do OBSERVATÓRIO, Daniela Gurgel.

Regina Maria Duarte, presidente do Cetran-MS e do Focotran iniciou sua fala destacando que o Dia Internacional da Mulher é uma data para celebrar as mulheres, mas o mais importante, é que é um dia para se lembrar que há muito trabalho para ser feito para garantir a igualdade de direitos e oportunidades para todas as mulheres.

“É um momento de reflexão, é muito interessante você parar algum dia, algum mês, através de tantas atividades que a gente tem participado e realmente verificar que, apesar de nós estarmos no século 21, muitas mulheres ainda enfrentam dificuldades de ter os seus direitos básicos, saúde, educação garantidos. E isso, não é só no Brasil é ao redor do mundo. E mesmo nos países mais liberais como no Brasil, o machismo estrutural ainda dita muitas normas no dia a dia”, declarou.

Maria Duarte ainda destacou que 75 milhões de lares são chefiados por mulheres, ou seja, 50,8% dos lares brasileiros. E ainda assim, as mulheres lideram a maior taxa de desemprego no país e enfrentam desigualdade salarial em comparação aos homens que ocupam os mesmos cargos.

Ana Mandelli, gerente de distribuição do IBP, complementando as palavras de Maria Duarte, ressaltou que todos precisamos ter um tempo para parar e ouvir. “Escutar é o que a gente mais precisa no mundo hoje. Eu vejo que nas empresas as mulheres ainda estão um pouco abaixo, mesmo nos grandes centros. Mesmo nos grandes centros, a gente não é ouvida como deveria, mas é uma grande jornada que a gente tem pela frente e a gente, como geração, vai dar a nossa contribuição, com certeza.”

A gerente de distribuição do IBP falou também sobre os desafios da sua carreira e como a mobilidade e profissionalmente, como a preocupação da segurança na gestão de frotas está presente na sua vida.

“Todos os dias tu ficas pensando que a última coisa que tu queres é ter um acidente ou sequer um incidente que possa machucar qualquer pessoa. Eu acho que esse é o nosso grande desafio que é conscientizar todas aquelas pessoas que estão envolvidas no processo da empresa e às vezes, como usuário, às vezes como gestor de uma área grande, às vezes, como a pessoa que está ali dirigindo um caminhão ou um carro, como ela tem esse impacto nesse processo como um todo e como elas precisam respeitar para serem respeitadas”, argumentou Ana Mandelli.

Danielle Rocha, gerente nacional de frotas dos Correios, argumentou que enfrentamos, como sociedade, um preconceito sistêmico e que ao longo do tempo, as mulheres vão se desvencilhando desses tabus para continuar avançando com os seus objetivos.

“A base para gente continuar avançando são duas: é você ter o conhecimento técnico da área, ir galgando nisso, se formar, buscar obter experiência, assim como se dar ao respeito. Para mim, são duas coisas chaves que me auxiliaram a realizar essa caminhada de pouco a pouco, estou na área há 18 anos, e fui evoluindo exatamente assim”, relembrou Danielle Rocha sobre a sua trajetória nos Correios.

Em relação à gestão de frotas dos Correios e o desafio de zelar pela segurança de mais de 90 mil colaboradores, Danielle Rocha, chamou a atenção para os cuidados e pesquisas desenvolvidos para os cuidados direcionados aos profissionais que compõe a instituição.

“Agora, mais do que nunca, a gente entendeu que não é só cuidar dos veículos, mas é muito mais cuidar das pessoas que conduzem esses veículos. Acho que o feminino entra por aí também de ter esse discernimento de que eles não são máquinas, tem pessoas por trás. Eu tenho que cuidar das pessoas também e daí, vem todo esse movimento em prol da vida, das pessoas”, defendeu.

Assista à live completa: