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Sopa de letras e a segurança do motociclista

Escrito por Portal ONSV

05 SET 2016 - 10H45

Publicada em 2014, a Resolução número 509 do Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN - apresentou uma importante inovação para contribuir com a segurança dos motociclistas; a obrigação, a partir de 2016, da adoção dos sistemas ABS ou CBS para motocicletas, motonetas, triciclos e quadriciclos.

O Anti-lock Braking System – ABS - ou antitravamento do freio e o Combined Braking System – CBS -acionamento combinado do sistema de freios (uma sopa de letras), auxiliam os condutores de motocicletas em uma das maiores deficiências constatadas nas vias: frear corretamente o veículo em situações de risco.

Durante o processo de formação do condutor de motocicleta, a utilização do freio fica restrita ao sistema traseiro, o qual acionado unicamente em situação de emergência pode levar a uma queda ou a percorrer longas distâncias antes de parar.

Aqueles que já tiveram a oportunidade de conduzir uma motocicleta com os sistemas ABS ou CBS sabem o quanto são importantes para uma condução segura.

Com a obrigação dos dispositivos para motocicletas novas a partir de 2016 (10% das produzidas ou importadas), a tecnologia passará a trabalhar a favor da segurança, pois o ABS evita o travamento das rodas mantendo a dirigibilidade e o CBS acionando apenas o freio traseiro também aplica 25% da força no dianteiro reduzindo distâncias de frenagem.

Sem dúvida, a medida é um avanço; entretanto, não será apenas ela que irá contribuir para uma significativa redução dos acidentes com motocicletas, a mudança de postura do motociclista continuará sendo essencial, assim como é necessário um novo processo de formação para o motociclista.

Apesar das inúmeras reportagens que mostram os riscos de conduzir acima do limite estabelecido, alternando as faixas entre os veículos, essas condutas são frequentes em nossas vias, tal qual o hábito de transitar com capacetes de segurança soltos, em tamanho inadequado.

Outro ponto que merece atenção do motociclista é deixar a manutenção em segundo plano, a efetuando somente para corrigir defeitos e não para preveni-los.

Mudanças dessa natureza é que irão surtir o efeito esperado na redução de mortos e feridos; e elas devem partir de cada um.

O importante é que o primeiro passo foi dado com vistas a preservar vidas, agora é aguardar que outras boas notícias surjam no horizonte.

Renato Campestrini é gerente-técnico do OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária

                                                                                             

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