O site autopapo.com.br publicou nesta segunda-feira (20/8) reportagem sobre a controvertida adoção das placas padrão Mercosul no Brasil. Assinado pela jornalista Laurie Andrade, o conteúdo mostra que o 'padrão' do país é diferente dos demais integrantes do Mercosul; brasões da Cidade e do Estado fazem com que a chapa precise ser trocada e aumenta custos.
O texto discorre com propriedade sobre a polêmica instituída para a adoção das novas placas no Brasil. A ideia é padronizar as identificações e, segundo as autoridades, facilitar o processo de substituição de chapa ou primeiro emplacamento. A questão é: as placas padrão Mercosul vão mesmo facilitar a vida do motorista brasileiro?
Bem, parece que não. A primeira data estipulada para que o novo padrão começasse a valer por aqui era janeiro de 2016. Desde então, a substituição para as chapas unificadas foi postergada diversas vezes. É que o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) tem encontrado dificuldade para determinar o processo de fornecimento das placas, que têm custo elevado.
Além do preço mais alto, outra questão assombra as placas padrão Mercosul. Ao contrário da Argentina e do Uruguai, que já adotam as novas chapas conforme os parâmetros estabelecidos durante o acordo, o Denatran resolveu adicionar detalhes às chapas brasileiras. E fica a reflexão: qual o sentido de adotar um padrão para descumpri-lo?
Troca x custos
Todas as vezes em que o motorista mudar de cidade, além de fazer um novo registro do veículo no Departamento de Trânsito (Detran), precisará de trocar a placa. Atualmente, existe a possibilidade de pagar a taxa de alteração no Detran e substituir apenas a tarjeta com o nome da cidade, que custa menos do que o valor total da placa.
A reportagem consultou um dos despachantes mais baratos de Belo Horizonte, de acordo com o levantamento da empresa de análise de preços Mercado Mineiro, e conferiu os valores (que mudam de acordo com a região do Brasil). Uma placa nova custa, em média, na capital mineira, R$ 90,00. A tarjeta, por sua vez, pode ser comprada por R$ 60,00.
Quanto custará a nova placa, que possui mais tecnologia?
Questionada sobre valores, a assessoria de comunicação do Denatran informou que ainda não consegue estipular preços, mas confirmou que o proprietário terá mesmo que trocar a chapa inteira quando mudar de cidade, como estipula a Resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) nº729/2018.
Posição do OBSERVATÓRIO
O OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária (ONSV) foi ouvido pela reportagem e se posiciona contrário à adoção dos brasões e levou a questão para o Tribunal de Contas da União (TCU), que pediu uma posição do Denatran.
Em resposta à solicitação de mais esclarecimentos, o TCU enviou a seguinte nota:
“O assunto está sendo tratado no TC 010.228/2018-7 – Sistema de placas de identificação de veículos no padrão disposto pelo Mercosul. Credenciamento. Resolução CONTRAN 729/218.
No momento, as informações disponíveis são somente as que constam no espelho do processo, não sendo possível prestar informações mais detalhadas. Quando a unidade técnica concluir sua análise, o parecer é enviado ao relator que se manifestará e levará proposta ao plenário do TCU para deliberação. Após a discussão pelo plenário, o relatório se torna público ao do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) nº729/2018”.
Para ler a matéria completa: https://autopapo.com.br/noticia/placas-padrao-mercosul-mais-custo/
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