As transformações da pirâmide etária brasileira ao longo das últimas décadas indicam um aumento proporcional da população acima de 60 anos no país, ou seja, o Brasil está se tornando um país cada vez menos jovem. O formato triangular, com a base larga representando uma população mais jovem, típico dos anos 70 e 80, foi aos poucos se modificando e sua configuração tem se tornado cada vez mais uniforme. Mesmo em uma realidade mais recente, tais transformações ainda são bem evidentes, por exemplo, no ano 2.000 pessoas acima de 60 anos representavam 8% da população brasileira; em 2014 já representavam 11%.
Junto a este processo de envelhecimento da população brasileira, é razoável considerar que o idoso brasileiro tem uma vida cada vez mais ativa, por diversos motivos, os quais podem variar desde um adiamento de sua aposentadoria até o preenchimento do tempo com outras atividades. Independentemente do motivo, o fato é que a população acima dos 60 anos, assim como qualquer outra parcela da população, precisa ter suas condições de mobilidade confortável e segura garantidas.
A questão da segurança viária deve, sobretudo, ser levada em consideração. Uma análise das taxas de mortes em acidentes de trânsito para cada parcela de 100 mil habitantes (de acordo com informações do Ministério da Saúde referentes ao ano de 201, ano dos últimos dados oficiais disponibilizados pelo DataSUS) mostra que a partir dos 60 anos a taxa eleva-se cada vez mais, partindo de 27,3 mortes para cada 100 mil habitantes na faixa etária de 60 a 64 anos e atingindo a taxa de 86,6 mortes para cada 100 mil habitantes na faixa etária acima dos 90 anos. A taxa de mortalidade para usuários com até 59 anos é, em média, igual a 20,4 mortes para cada 100 mil habitantes. O gráfico da Figura 1 contém tais informações.
Figura 1: Taxas de mortes no trânsito por 100 mil habitantes para diferentes faixas etárias
No caso específico da segurança viária, é importante avaliar a mobilidade dos idoso sob três perspectivas: (1) o idoso como condutor de veículo motorizado, (2) o idoso com passageiro de veículo motorizado e (3) o idoso como usuário não motorizado do trânsito.
No primeiro caso, como condutor de veículo motorizado, é importante a avaliação das capacidade de continuar desempenhando a tarefa de conduzir. Isso, de certa forma, já é realizado no processo de renovação da carteira nacional de habilitação. Porém entende-se que há muito espaço para aprimoramento de tal processo de avaliação de capacidades.
No segundo caso, o idoso como passageiro, ressalta-se a importância da utilização dos equipamentos de proteção, como o cinto de segurança, por exemplo (o que se aplica também no primeiro caso). A utilização dos equipamentos de proteção é fundamental na tentativa de zelar pela integridade física de ocupantes idosos, pois a severidade dos ferimentos tende a ser maior para estes usuários se comparados a usuários mais jovens, considerando as mesmas condições de choque/impacto as chances a ferimentos.
No terceiro caso, o idoso como usuário não motorizado, destaca-se a importância das capacidades sensoriais, pois como pedestre ou ciclista, o idoso encontra-se em uma situação de extrema vulnerabilidade frente aos demais usuários do sistema. Os dados da Figura 2 mostram que os idosos no papel de pedestres são as principais vítimas fatais em acidentes de trânsito nesta faixa etária, seguidos dos ocupantes de automóvel (caso em que não é possível distinguir entre as funções de condutor ou passageiro). Considerando-se a população em geral, as principais vítimas seriam os motociclistas, seguidos dos ocupantes de automóvel, de modo que os pedestres ocupariam apenas a terceira posição.
Figura 2: Modo de transporte das vítimas fatais de acidentes de trânsito (usuários com 60 anos ou mais e população em geral)
As informações demográficas e de segurança viária indicam um cenário de crescimento de uma população em condições vulneráveis de mobilidade. A tendência é que esta questão se torne cada vez mais evidente, dado o aumento da representatividade dessa parcela da população. É necessário, portanto, um planejamento para atender as necessidades de mobilidade da parcela idosa da população, prolongando sua independência e garantindo níveis seguros para seus deslocamentos.
Jorge Tiago Bastos é doutor em Engenharia de Transportes pela Universidade de São Paulo (USP) e Universit Hasselt (Bélgica), professor de Departamento de Transportes da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e voluntário do OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária; Marília Paixão Simões é acadêmica do curso de Engenharia Civil da UFPR.
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