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Dados indicam que 90% dos que procuram autoescola em Uberaba já pilotam moto sem documento

Escrito por Portal ONSV

05 MAR 2019 - 08H00

A Prefeitura de Uberaba (MG)

apresentou dados obtidos pela seção de Educação no Trânsito da Secretaria

Municipal de Defesa Social, Trânsito e Transportes que aponta: 90% das pessoas

que procuram a autoescola para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH)

já pilotavam moto antes de possuírem o documento. Essa informação está no

site do Jornal da Manhã Online (www.jmonline.com.br). O OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária alerta sobre esse

problema no estudo “Condução de motocicletas sem habilitação no Brasil:

análises a partir da frota e número de condutores” que mostra uma diferença de

aproximadamente quatro milhões de CNH (Carteira Nacional de Habilitação) a

menos, em comparação com o número de motocicletas emplacadas (https://www.onsv.org.br/estudo-inedito-revela-falta-de-habilitacao-de-motociclistas-e-consequencias-para-o-transito-no-brasil/).

O estudo do OBSERVATÓRIO compara a

relação entre condutores habilitados (que possuem CNH) e a frota correspondente

em cada Estado. Além disso, o estudo traz ainda que desde o ano 2000, a frota

de motocicletas no Brasil aumentou em mais de 13 vezes e esse crescimento

expressivo não se deu de forma ordenada.

Em cinco Estados do país – um da

região Norte e os outros quatro do Nordeste, há uma probabilidade muito alta de

que a condução de motocicletas seja feita por alguém sem a devida habilitação.

A probabilidade apontada no estudo é de que, nesses Estados, haja apenas seis

condutores habilitados para cada dez motos circulando. Em locais como Rio de

Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Ceará, Sergipe e Pará há apenas

entre seis e oito condutores habilitados para cada 10 motos. No Piauí, Amazonas

e Maranhão, esse número é ainda maior. Somente em São Paulo, Distrito Federal e

Santa Catarina os resultados são melhores, com mais de 12 motociclistas

habilitados para cada 10 motos vendidas.

A pesquisa, realizada em parceria

entre o OBSERVATÓRIO e a UFPR (Universidade Federal do Paraná), mostra que a

falta de capacitação, ou seja, deixar de passar pelos cursos de teoria,

pré-prática e prática dos CFCs (Centro de Formação de Condutores) podem gerar

consequências severas. Nos Estados onde há mais motocicletas do que

motociclistas, os números de mortos e feridos graves decorrentes de acidentes

envolvendo o veículo sobre duas rodas, é maior. Somente em 2015, morreram em

todo país, 12.126 motociclistas, ou seja, 33 motociclistas por dia.

Para José Aurelio Ramalho,

diretor-presidente do Observatório, “somente com a mobilização de toda

sociedade e campanhas permanentes de conscientização, focadas na percepção de

risco mudaremos o atual quadro da violência do trânsito do Brasil”.

Informações sobre Uberaba

O chefe do Departamento, Hélio Reis

dos Santos esteve na Câmara Municipal de Uberaba (CMU), onde apresentou alguns

dados a respeito do trânsito na cidade. Ele alertou que um dos problemas ainda

é o grande número de menores conduzindo veículos pelas vias do município.

Em Uberaba existem 219.326 veículos,

com uma média de duas pessoas para cada três veículos. Deste total, 44 mil são

motos. Os números, fechados no dia 5 de outubro do ano passado, podem ser ainda

maiores, se atualizados.

Conforme Hélio Reis lembrou, a

quantidade de veículos é ainda maior por causa da frota flutuante, chegando aos

76 mil. Ou seja, o total de veículos circulando na cidade chega a 296 mil,

enquanto a população da cidade é de 330 mil habitantes.

Em novembro do ano passado, durante

evento do “Dia Mundial em Memória das Vítimas de Trânsito”, os dados sobre

acidentes na cidade indicavam que, em média, ocorriam 240 eventos dessa

natureza por mês. Nos últimos cinco anos (até novembro de 2018), foram 245 o

número de mortes no trânsito em Uberaba.

Segundo o chefe de seção, a equipe

trabalha muito com parcerias, inclusive realizando palestras em escolas e

empresas e desenvolvendo campanhas, como o “Maio Amarelo” e a Semana Municipal

de Inclusão Social no Trânsito, esta última tendo como foco os portadores de

necessidades especiais. Hélio Reis explicou que será intensificado o trabalho

de conscientização com relação à faixa de pedestres. “O ideal é que todos

tivessem educação no trânsito”, afirmou.

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